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Santa Rosa,18/09/2024

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Quem foi a "mãe do Badanha", citada em expressão popular no RS

Badanha jogou em times de Porto Alegre nos anos 1930 e 1940

Fonte: GZH - Leandro Staudt
Quem foi a No time do Renner de 1945, Badanha é o segundo em pé, da esquerda para a direita. Reprodução / Memorial Valdir Joaquim de Morais/ Projeto Renner Vive
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A "mãe do Badanha" é uma expressão regional que ganhou muitas versões no Rio Grande do Sul.  Ela pode ser invocada para despachar um chato, por exemplo, como "vá se queixar ao bispo". Em jornais antigos, localizei o ditado a partir da década de 1950. Em 1965, o jornalista Sérgio Jockyman escreveu que um jogador do Fluminense "driblou toda a defesa do Inter, até a mãe do Badanha". 

Badanha foi um jogador de futebol, vestiu até a camisa da seleção gaúcha. Era um volante, famoso pela forte marcação. Sylvio Luz Cauduro atuou por São José, Grêmio e Renner entre o final da década de 1930 e os anos 1940. Em 1950, aparecia novamente na escalação do time amador Gloriense, do bairro Glória, onde disputou as primeiras partidas de futebol na adolescência.

Em 1968, a reportagem de Zero Hora localizou Badanha e a mãe do Badanha. Ele trabalhava como taxista no ponto da Praça da Alfândega. Questionado sobre o apelido, respondeu que desconhecia a origem. 

A mãe foi encontrada em casa, na Rua dos Burgueses, no bairro Partenon. Morava com uma neta, cinco cachorros e uma galinha preta. Uma casa de apenas três peças, sem água encanada e sem luz. Maria da Glória da Luz era uma "velhinha simpática", que não sabia a idade, mas "calculava" em 70 anos. Ela disse que não gostava de estar na boca do povo.

Não é clara a origem da expressão popular. Talvez, considerassem a mãe do Badanha inacessível, porque o filho era um marcador incansável. Outra versão compartilhada era sobre a fama da mulher ser chata nas redações esportivas, reclamando das análises dos jornalistas sobre o desempenho do filho em campo.

A filha do ex-jogador, Silvia Helena Kaminski Cauduro, me contou o que falavam na família sobre o ditado envolvendo a avó.

— A mãe defendia muito o filho jogador de futebol. Se ela não resolvesse, nem o bispo conseguiria — recorda Silvia.

Com o tempo, surgiram derivações como "a vó do Badanha" e "a casa do Badanha". Badanha e a mãe já faleceram.




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